O Instituto Metrópole Digital (IMD) foi palco, na última sexta-feira (8), de palestras de executivos de algumas das maiores empresas de tecnologia da informação instaladas no Brasil. Eles participaram do evento “Transformação Digital e Inovação: tendências e oportunidades”, organizado pelo IMD e pela Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom).
Representantes das empresas BRQ, Microsoft, Uber e Embratel fizeram apresentações durante o painel do evento, que foi assistido por um auditório lotado, na parte da manhã. Durante a tarde, a comitiva de representantes de empresas associadas à Brasscom realizou visitas a uma das empresas credenciadas ao Parque Tecnológico Metrópole Digital e ao espaço Sebraelab.
Executivo de negócios da BRQ, José César do Nascimento começou sua apresentação, durante o painel, apresentando a empresa, considerada uma das maiores do Brasil em sua área e voltada principalmente para produtos e serviços tecnológicos direcionados ao setor financeiro. “Mas também temos parceiros, por exemplo, nas áreas de energia, seguros, telecomunicações”, explicou ele.
Startups e spin offs
Segundo o executivo, a BRQ vem passando por mudanças e uma delas foi a criação do BRQ Lab, que tem o objetivo de fomentar produtos ou iniciativas disruptivas, que podem ser trabalhadas por meio de startups ou de empresas spinoffs (que são criadas a partir de ofertas que nascem dentro da própria BRQ).
Na ocasião, o executivo apresentou a experiência de uma dessas empresas ligadas à BRQ, a Workfacilit. “A ideia com a empresa foi a construção de um modelo de oferta voltado para canais de atendimento como um todo, seja call center, site, apps, atendimento presencial em lojas. Com o desenvolvimento das tecnologias digitais, também têm sido criados outros canais, como redes sociais, chatbot, e o cliente passou a demandar essa necessidade das empresas.”
Para isso, a Workfacilit construiu a sua própria plataforma de atendimento, no formato SaaS (sigla em inglês para “Software as a Service”). A SaaS é um método de oferecer softwares e soluções tecnológicas para empresas através da internet. Assim, quem contrata o serviço não precisa instalar, manter ou atualizar hardwares ou softwares, e a plataforma funciona sob demanda, para vários tipos de atendimento.
Uber
A segunda empresa presente no painel foi a Uber, por meio de seu gerente de políticas públicas para o Nordeste, Silas Cardoso. Criada nos Estados Unidos em 2010, a empresa está presente desde 2014 no Brasil, onde possui 20 milhões de usuários e meio milhão de motoristas parceiros. Em Natal, são 350 mil os usuários cadastrados no aplicativo.
Silas Cardoso centrou sua apresentação primeiro nas vantagens que, segundo ele, o serviço oferecido pela empresa traz para a mobilidade das cidades. Para o executivo, a Uber contribui para que os veículos ocupem menos áreas de estacionamento, ajuda para que caiam os índices de pessoas que bebem e dirigem e até colabora para desafogar o trânsito, tendo em vista a sua modalidade de compartilhamento de viagens. “Em São Francisco, por exemplo, já chega a 50% o percentual de viagens compartilhadas”, conta.
Em um segundo momento, Cardoso falou sobre os projetos futuros da empresa. “Queremos ter mais alternativas na plataforma e perguntar como você quer ir: carro ou outro modal de transporte? Ou ainda fazer o usuário planejar um mix de modais, como metrô, ônibus e carro, por exemplo”, explica ele.
Getaround
Outras duas novidades que a Uber planeja implementar no futuro são o Getaround, que vai proporcionar o aluguel de veículos por meio do aplicativo, e o Jump, que vai prover o aluguel de bicicletas elétricas para o usuário.
Já o diretor de assuntos corporativos da Microsoft, Márcio Gonçalves, falou sobre a transformação pela qual a empresa passou nos últimos anos. “A Microsoft teve de se renovar e mudar seu modelo de negócio. Estava muito focada em licenciamento de software e hoje se voltou para serviços de nuvem e, com isso, temos de ter uma outra relação com o cliente, de parceria, de construir soluções em conjunto”, contou ele.
O executivo explanou, ainda, sobre os investimentos que a empresa faz para garantir a segurança das informações em nuvem e o conceito de “nuvem responsável”, com o qual a Microsoft trabalha. A ideia se cristaliza em iniciativas que envolve tecnologia e responsabilidade social, como é o caso da criação de tecnologias inclusivas ou mesmo o algoritmo “Foto DNA”, desenvolvido pela empresa para rastrear a circulação de pornografia infantil na internet.
Embratel
O painel foi encerrado com a apresentação do gerente da regional Nordeste da Claro Brasil (o conglomerado que hoje inclui a Embratel), Geraldo Vasconcelos Vilas. O tema de sua palestra foi “Infraestrutura e soluções na transformação digital: juntos para o próximo nível”.
Durante sua participação, Vilas expôs as mudanças que o setor vem experimentando. “As empresas de telecomunicações estão passando por uma transformação digital muito grande. Elas estão deixando de ser meio, para serem empresas provedoras de soluções”, disse.
Ele ainda explanou sobre a participação da Embratel nas Olimpíadas do Rio em 2016. Durante o evento, a empresa foi a responsável pelos serviços de cloud, infraestrutura de TI e serviços digitais, como foi o caso do aplicativo móvel do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).
Mesa
A mesa de abertura do evento foi composta pela reitora da UFRN, Angela Paiva Cruz, o diretor executivo da Brasscom, Sérgio Paulo Gallindo, o deputado federal Rogério Marinho, o vice-reitor José Daniel Diniz Melo, a secretária adjunta de planejamento de Natal, Joana Guerra, a representante da Fiern, Susi Macedo, e o diretor em exercício do IMD, Adrião Duarte Dória Neto.
Antes do painel com os executivos das empresas, o evento contou com apresentações sobre o próprio IMD, o Parque Tecnológico Metrópole Digital e a Brasscom.
Na parte da tarde, a comitiva da Brasscom fez uma visita à E-Sig, primeira empresa graduada pela Incubadora Inova Metrópole e credenciada ao Parque Tecnológico, e depois foi ao espaço Sebraelab, um ambiente colaborativo criado pelo Sebrae para o apoio a startups, o desenvolvimento de ideias inovadoras e a remodelagem de negócios.