Um trabalho de graduação, feito em duas disciplinas do Bacharelado em Tecnologia da Informação (BTI), do Instituto Metrópole Digital (IMD/UFRN), resultou na criação, por dois estudantes, da mais nova startup tecnológica do ramo da agroindústria potiguar. A proposta dos alunos deu tão certo que hoje integra a incubadora de empresas do Parque Tecnológico Metrópole Digital (Metrópole Parque) e prepara para expandir sua participação no mercado.

Intitulada Agrosoft, a startup, criação de Allysson Freitas e Vinícius Eudes, responde por um sistema de monitoramento tecnológico na agroindústria, com foco na avicultura – um dos setores ligados ao agronegócio que mais emprega pessoas ao redor do Brasil.

Instalada aos ambientes de granjas, a solução é capaz de monitorar variáveis como umidade, temperatura, luminosidade e CO2 – ação indispensável para instituições produtoras garantirem a qualidade dos ovos vendidos no comércio.

Criação

A ideia de criar o sistema surgiu durante as disciplinas do BTI de Lançamento de Startups I e II, ambas ministradas pelo professor do IMD Wesley Canedo. Durante as aulas, o docente lançou um desafio aos alunos: criar protótipos de soluções a partir de problemas detectados em uma indústria local. No caso de Freitas e Eudes, o segmento escolhido foi o de produção de ovos de galinha.

“Visitamos uma empresa do setor e percebemos que uma das principais causas que estava gerando problema na qualidade dos ovos era o baixo monitoramento das variáveis ambientais dentro dos galinheiros. A partir disso, a gente teve a ideia de criar uma startup que fizesse esse trabalho para as granjas”, conta Eudes.

Essa experiência é fruto de uma proposta pensada para que os alunos não apenas idealizassem propostas, mas as validassem diretamente com empresas reais do mercado, transformando os estudantes em possíveis fornecedores.

O resultado dessa dinâmica foi a negociação da Agrosoft na primeira venda de seu serviço de monitoramento junto à Vitagema, uma empresa no segmento de ovos que está há 17 anos no mercado potiguar.

Hoje, a Agrosoft está inserida no programa de pré-incubação do Metrópole Parque, onde recebe infraestrutura física, consultorias em diferentes áreas, assessorias e suporte técnico.

“É muito gratificante ver nossos alunos de TI operacionalizando as competências técnicas aprendidas em sala de aula e exercitando a visão de negócios. Transformá-los não apenas em bons profissionais, mas em empreendedores que impulsionam a economia do estado é realmente muito bom”, comenta o professor Wesley Canedo.

Durante a condução da disciplina de lançamento de startups, os alunos do BTI são encorajados a criar prototipações e testar essas soluções, de maneira que possibilitem que essas ideias sejam transformadas em verdadeiras startups no mercado.

Planos de expansão

Além da validação junto à Vitagema, a startup não se limita apenas às atividades que foram propostas pela disciplina do BTI: Allysson Mastrângelo e Vinícius Eudes já têm planos para expandir sua tecnologia para outras granjas do Rio Grande do Norte.

O modelo de negócio projetado pela Agrosoft inclui instalação de três sensores em cada aviário, para que a coleta de dados de ambiente controlado seja feita com mais eficiência.