Você sabe por que se comemora o Dia Internacional da Mulher em 8 de março? A data, oficializada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, representa a luta social por igualdade de gênero, mobilização que permitiu que várias mulheres assumissem hoje posições no mercado de trabalho antes efetuadas exclusivamente por homens.
Criativas, resilientes, determinadas, focadas. São muitas as qualidades que fazem do público feminino – que representa mais da metade da população brasileira – um componente estratégico para o trabalho, especialmente em ambientes de empreendedorismo e inovação, como o Instituto Metrópole Digital (IMD/UFRN).
Pensando nisso, nossa equipe entrevistou algumas mulheres do IMD que não apenas empreendem, mas vão além e comandam novas empresas na área de Tecnologia da Informação (TI).
Exemplos inspiradores
Gerente executiva da incubadora Inova Metrópole, Iris Pimenta representa bem a classe feminina nas ações de empreendedorismo dentro do Instituto. Para ela, os avanços são muitos, mas as mulheres ainda enfrentam muitas barreiras ao ingressarem no ramo do empreendedorismo.
“Ainda hoje, nós mulheres enfrentamos inúmeros desafios para sermos empreendedoras. Meu conselho: busque conhecimento, capacite-se, faça o seu melhor. Empreender é sentir medo sim, contudo é seguir em frente”, declara a gerente.
Outro exemplo é Cecília Borba, sócia da empresa T3 – Tecnologias Educacionais. Com apenas 19 anos, e cursando graduação em Administração, Cecília atua na parte operacional da startup e também no marketing da empresa. A jovem afirma que o maior desafio encontrado é ter que trabalhar em dobro para obter o reconhecimento.
“No empreendedorismo, com certeza o desafio é passar credibilidade, consistência e segurança em um ambiente intimidador. E a mulher deve reconhecer seu potencial, se ‘empoderar’ e se reinventar, sem medo de julgamentos. São com as dificuldades que ganhamos experiência”, diz Cecília.
Quem também pensa dessa forma é Ana Flávia Maia, sócia da startup E-paper. Mãe, arquiteta e empreendedora, Ana enxerga o empreendedorismo não só como uma forma de inovar no mercado, mas também de empoderamento e crescimento feminino.
“A mulher tem que ser ativa, criativa, tem que pensar no seu futuro e trabalhar por prazer para crescer. Todas as mulheres devem trabalhar com o que gostam e conseguir autonomia através do empreendedorismo”, coloca a sócia.
Protagonistas
Um exemplo de total protagonismo feminino na incubadora Inova Metrópole é a Blindog, empresa comandada unicamente por mulheres e que, por meio de seus produtos inovadores, tem sido destaque nacional em eventos de empreendedorismo.
A empresa foi idealizada por Luana Wandecy, engenheira da computação e mestre em tecnologia e inovação. Com toda a criatividade e empatia típica das mulheres, a startup inovou o mercado ao desenvolver produtos tecnológicos voltados para promoção da qualidade de vida de cachorros.
Segundo Luana, a participação das mulheres no ramo do empreendedorismo é importante, pois é necessário “mostrar à sociedade” que empresas de sucesso também podem ser geridas por mulheres.
“Nosso maior desafio é mostrar que você consegue ser tão boa, ou até melhor, que eles (homens) nesse meio (empreendedorismo). A partir do momento que você consegue alcançar esse patamar, todos no meio passam a te respeitar e te ver com outros olhos, incentivando assim mais mulheres a se arriscarem e serem donas de seu próprio negócio”, destaca a empreendedora.
Desafio para todos
Apesar da luta feminina por espaço no ambiente de trabalho ter trazido representatividade para as mulheres, muitas delas não deixam de reconhecer que criar novas ideias e desenvolver produtos inovadores é, por si só, um desafio para todos, independente do sexo de quem empreende.
Essa é a opinião de Andressa Matias CEO Studio Gepetta, formada em comunicação empresarial. “No meu ponto de vista, seja guerreira ou guerreiro: todos temos a mesma luta, a de transformar sonhos em realidades dentro de um contexto econômico e social pra lá de desafiador”, enfatiza a comunicadora.