Em um post anterior, falamos sobre Aprendizado Validado – conceito que, segundo o autor Eric Ries, consiste no desenvolvimento de mecanismos capazes de aumentar a assertividade de produtos ou serviços.
Mas, nesse processo de validação, alguns empreendedores podem achar que a testagem de uma nova solução pode ser feita de qualquer maneira. Será mesmo?
Se você ainda não está convencido sobre a importância de ter um Minimum Viable Product (MVP) para validar seu novo projeto antes de partir para o “vamos ver”, fique esperto!
Acompanhe a seguir o nosso post e saiba mais sobre como acontece essa etapa do Aprendizado Validado, que pode ser um divisor de águas entre o sucesso e o fracasso do seu negócio.
Por que preciso ter um MVP para validar minha ideia?
Como falamos anteriormente, os MVP's são versões iniciais mínimas de produtos ou serviços, que promovem, a princípio, a entrega apenas do essencial para o cliente, de modo a facilitar a testagem da empresa e diminuir consequências financeiras negativas caso um projeto não tenha sucesso com o público.
Um exemplo disso – segundo a professora da UFRN e gerente executiva da incubadora de empresas Inova Metrópole, Iris Pimenta – são os mockups, apps constituídos apenas de alguns botões e funcionalidades testes capazes de transmitir aos usuários o conceito do produto.
Perceba que ainda não estamos falando de layouts arrojados ou códigos e programações avançadas. Tudo isso acontecerá somente após a testagem do conceito fundamental, durante a qual serão escolhidas as funcionalidades que mais despertarem a atenção do usuário.
Outros exemplos para se testar produtos e serviços são as landing pages (páginas na internet que visam a captação de leads, ou potenciais clientes), um vídeo experimental ou uma pequena amostra da ideia central do produto ou serviço.
As métricas de validação
As métricas consistem, basicamente, no monitoramento dos feedbacks dados pelos clientes. Ou seja, todos os dados que são produzidos a partir dos testes inciais de validação.
São exemplos dessas métricas: número de acessos, geração de leads e o número de instalação e desinstalação de softwares. Com esses dados em mãos, é possível redirecionar rapidamente a estratégia caso ela não esteja funcionando, o que, em empreendedorismo, recebe o nome de “pivotagem”.
Segundo Iris Pimenta, um importante cuidado que o empreendedor deve ter é com as “métricas de vaidade”, pois estas, em vez de auxiliar nos ajustes que precisam ser feitos, camuflarão possíveis problemas.
“Se você teve 10 mil downloads (instalações) de seu software e oito mil desinstalações, isso quer dizer que há muita coisa a ser corrigida. Mas, se seus olhos estiverem voltados apenas para os 10 mil, essa necessidade por correções pode passar despercebida”, reforça a professora.
Ainda segundo Iris Pimenta, é mais importante focar nos objetivos, planejamentos e métricas reais do que enaltecer as melhorias do produto ou comemorar as tais métricas de vaidade.
“Assim, saímos de um processo empírico e chegamos em algo científico”, aponta Pimenta.
Um case de Aprendizado Validado
O processo de receber feedbacks prévios por meio de MVP’s é uma tendência mundial e o ecossistema do Parque Tecnológico Metrópole Digital não se difere nesse quadro.
Dentre as empresas credenciadas ao polo tecnológico que fazem uso da metodologia, está a WayABA, empresa potiguar detentora de uma plataforma que otimiza o tratamento por Análise de Comportamento Aplicada (tradução para ABA: Applied Behavior Analysis) de crianças com autismo.
Fruto de uma experiência do CEO, Assis Barbosa, com a burocracia e o trabalho manual de uma clínica terapêutica, a WayABA teve seu processo de validação marcado por constantes feedbacks.
“A startup caminhou pelo processo inteiro. Fez observações, testes e ajustes, até que a ideia fosse, de fato, validada”, conta Iris Pimenta.
A partir da criação de um produto mínimo viável, a plataforma foi validada por vários usuários, para que, a partir daí, um novo software fosse criado, dessa vez com mais funcionalidades e mais assertivo.
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